Uma carta para quem é diferente

30 de junho de 2018
Foto: Oscar Keys no Unsplash

Querido amigo,


dia desses pensei em você e lembrei das vezes que me guiou com conselhos, abraços e músicas felizes, e, hoje, entristeço-me ao saber que você ainda não consegue se encarar no espelho por mais de cinco minutos e gostar do que vê. O teu corpo te incomoda e há reflexo da sua alma insatisfeita. Isso não é exclusividade sua, claro, mas não é algo que deva querer para ti.

Longe de mim ser a pessoa perfeita, talvez eu esteja sendo hipócrita por te falar isso, mas a aceitação principal tem que vim de você. É um processo difícil, como todas as diversas coisas em nossa vida, requer esforço e precisa ser constante, além da maturidade para entender que as opiniões alheias negativas devem ser descartadas imediatamente. Não há nada errado em fechar os ouvidos para pessoas tóxicas e nos preencher com amor próprio.


A nossa singularidade é infinita, não tente diminuí-la.


Não é sábio se diminuir para caber em lugares estreitos que impõem para você e nem calar suas opiniões com medo de parecer estúpido, também não dê ouvidos a sociedade que grita estereótipos e nem siga aquele tutorial que diz que você deve ser de tal jeito para ser feliz.


Infelizmente, esse é o problema: você vive em uma prisão fingindo ser quem não é em virtude de ser aceito por pessoas que, na verdade, não lhe amam, há uma autocrítica sufocante que só o puxa para baixo e te afasta do seu verdadeiro eu. Não adianta se esconder dentro de si, como eu disse, para caber em lugares estreitos.


Você se ilude, se anula, se oprime, se mente, se engana, se coloca em segundo lugar e perde o tempo .


Falar tudo isso me faz parecer ranzinza, mas, na verdade, eu apenas gostaria que percebesse que dentro de você existe uma essência maravilhosa, a paz flui de você quando está em algum ambiente, é como se ele se iluminasse só porque você está lá; você enxerga com o coração e tem uma risada contagiante.

Isso é seu.
Apenas seu.

Então escrevo essas singelas palavras para que perceba o quão mal está fazendo a si e quanto tempo anda perdendo. Desejo, com todo o meu amor, que você encontre todas as respostas dentro de si, que consiga investir no seu amor próprio.

Você não merece está em outro lugar além do primeiro.
Nunca mais.


este post faz parte do projeto cartas, uma blogagem temática e mensal com a Nina Spim.

!  O projeto é livre para todas as pessoas participarem. 

Leia a carta da Nina aqui

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Oi, Karol! Adorei você falar sobre essa coisa doida dos tempos modernos de nos enxergarmos através dos olhos críticos dos outros. Acho que isso, infelizmente, é bem difícil fazer desaparecer. Eu posso dizer que não dou a mínima para muitas coisas, mas não posso dizer que me aceito e me amo 100% - até porque esse é um processo que leva uma vida inteira, acho.
    Talvez, o problema central de não se aceitar e não aceitar o outro é que a gente acaba comprando esse discurso de que temos que caber em algum lugar. Claro que ser excluído é bem ruim, mas acho que é assim que a gente vai criando a nossa própria individualidade. Com o tempo, a gente percebe que ser diferente é ótimo, porque significa ser nós mesmos.

    Love, Nina.
    www.ninaeuma.blogspot.com

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  3. Oi, Kah!
    Amei essa carta e achei emocionante. Já tive problemas com aceitação, e hoje me sinto bem com meu corpo, comigo, e tento ao máximo fazer as pessoas se sentirem bem com o corpo delas também, sei que é difícil, que tem dias que nos sentimos pessimos, mas esses dias não são nada em comparação aos que nos sentimentos bem!
    SE ACEITEM!!!

    LIVROS & SERIADOS

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